08 janeiro 2014

Título da postagem



“Aquele carinha lindo que eu vi uma vez e não sei o nome”, aposto que já te aconteceu isso.

E foi naquela noite voltando do escritório, quando subi para o ônibus (entediada como sempre), o avistei sentado lá no fundo. Que mania doida a gente tem de achar lindo um estranho qualquer que por um acaso pegou o mesmo ônibus que você.

Coloquei os fones de ouvido. Eu era covarde de mais pra me aventurar a sentar do lado dele e puxar uma conversa, e eu não poderia nem usar à desculpa de que o ônibus estava lotado. Só tínhamos nós dois dentro daquele ônibus.

Enquanto ouvia uma música antiga, fiquei imaginando seus olhos (verdes claríssimos) me olhando enquanto me equilibrava para sentar. Queria te olhar mais uma vez antes que o ônibus parasse no meu ponto, então com o coração disparado engoli a timidez e me virei. Tarde de mais. Sem que eu percebesse ele desceu em alguns dos pontos em que o ônibus parou e algumas pessoas entraram.

O medo de me apaixonar, e acabar me machucando de novo, me faz encontrar paixões platônicas por aí. No ônibus. No café da esquina. Na estação do trem.

Depois daquele dia, nunca mais o vi. Pego o mesmo ônibus todos os dias, e quando entro sempre fico na esperança que ele esteja lá, mas não está. E acho que nunca mais vai estar.

Em uma dessas tardes preguiçosas de domingo em que fico horas na frente do computador, uma nova ‘solicitação de amizade’ chega ao meu perfil naquela rede social. Logo reconheço aqueles olhos verdes lindos. Era ele, o carinha lindo que eu vi uma vez e não sabia o nome. Primeiro senti uma felicidade imensa dentro de mim, depois veio aquele sentimento de medo de me decepcionar.  Mesmo assim cliquei no “sim”e esperei.

_Ufa, como foi difícil te achar.

Foi a primeira coisa que ele me disse no chat.

Tratei logo de rasgar todas as páginas (que já estavam meio amassadas) do meu passado, me prender no “bang-jump” da minha razão e me jogar de cabeça na história desse livro com cheirinho de novo (e um pouquinho de Malbec).  E se tudo acontecer de novo é só dar um grito lá de baixo que alguém me puxa de volta pra razão.

Enquanto escrevo, ele está sentado do meu lado com um sorriso bobo no rosto, só me observando com aqueles olhos verdes claríssimos.


Ás vezes é melhor se arriscar. É aos poucos que a vida vai dando certo.